BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS »

A casa da Praia.

CAP 1 - What Hurts the Most

I can take the rain on the roof of this empty house, that don't bother me
I can take a few tears now and then and just let them out
I'm not afraid to cry
Every once in a while even though going on with you gone still upsets me
There are days
Every now and again I pretend I’m okay but that's not what gets me


Juliet estava sentada no sofá de frente para a lareira e bebendo vinho. O mundo lá fora parecia desabar. A chuva não parava de cair e apenas os raios clareavam aquela noite escura. Não se via a lua nem as estrelas. O mar estava revolto e o vento frio fazia um forte barulho. Os olhos castanhos e brilhantes de Juliet agora estavam como o céu. Escuros e molhados, ela estava chorando. Já não era a primeira vez naquele dia. Já não era a primeira vez naquele mês.
O coração dela estava como o mar. Revolto, com sentimentos indo e vindo como as ondas. Aquela casa vazia, parecia enorme e fazia o frio parecer dez vezes pior. A foto dele continuava em cima da lareira. Ele gostava daquele canto. A casa perto do mar, os dias que ele passava surfando, enquanto ela tomava sol. Tudo aquilo já não fazia mais parte da vida dela. Ele já tinha ido embora há um mês e ela continuava acabada. Saía apenas para trabalhar e fazer as compras.
A cidade onde moravam era pequena e algumas pessoas, de vez em quando, a paravam e perguntavam se estava tudo bem com ela. Se ela precisava de alguma coisa ou de companhia. Juliet como sempre, forçava um sorriso e dizia que estava tudo bem, que ela já tinha superado e que a vida dela estava voltando ao normal aos poucos. Alguns falavam que ela estava exagerando, afinal ele só tinha sido transferido para outro país. Mas poucos sabiam da real história dos dois. E era aquela história que a magoava. Ela sabia que tinha feito tudo errado com ele. E por isso ele havia partido para longe. Se ao menos ela tivesse outra chance de corrigir os seus erros...

• Nick, some da minha frente! Vai surfar, vai! Você já está acabando com a minha paciência! – era um sábado a tarde. Eles tinham acabado de se mudar para a nova casa e fazia dois anos que estavam juntos. Nunca foram casados, mas o que eles tinham era mais que um casamento.
• Amor, eu quero que você vá comigo! – ele veio e a abraçou por trás
• Eu não estou bem! – ela sorriu e deu um beijo nele. O trabalho estava acabando com ela. Ele podia ver isso, a avisava, mas ela não lhe dava ouvidos. Continuava na frente daquele laptop fazendo e refazendo contas, tentando arrumar um jeito de melhorar com os lucros de uma empresa que nem era dela. Ele não conseguia entender aquilo, mas aceitava as escolhas de Juliet
• Julz, você promete pra mim que vai dar um tempo nisso e mais tarde vai me ver surfar? – ele sorria para ela. Aquele sorriso que ela nunca mais voltaria a ver e que ela tanto amava.
• Prometo sim, querido! – ela sorriu para ele, mas sem tirar os olhos do computador. Era difícil dele entender que ela também tinha trabalho a fazer e que não era só ele que trabalhava naquela casa?. Nick era redator chefe de um famoso jornal da cidade e tinha todas as manhãs para surfar e fazer exercícios. Ele voltava tarde para a casa. Era verdade. Normalmente ela só o via depois da meia noite, mas eles já estavam acostumados com aquela vida.
Nick foi até a porta com a prancha em baixo do braço.
• Eu te amo! – ele sorriu para ela esperando resposta, mas Juliet estava entretida demais com aquelas planilhas. Não lhe daria mais atenção. Era assim já fazia alguns bons meses e Nick não sabia mais o que fazer para tirar a namorada daquela jornada exaustiva. Ele já estava perdendo a paciência. Logo ela ficaria doente e não poderia mais trabalhar. Juliet não se alimentava, não praticava exercícios. Só se dava ao luxo de ter domingos, que era quando ela ia tomar sol e vê-lo surfar. E se ele a perdesse ficaria sem chão. Na realidade ele já estava perdendo-a para o trabalho. Ele não sabia de onde vinha essa obsessão por aquilo tudo. Resolveu desistir de esperar ela falar que também o amava e foi se distrair.


Já era noite quando ela se deu um tempo. Pela primeira vez em seis horas ela se levantava. Aproveitou para ir ao banheiro e tomar um copo d’água. Procurou pelo namorado mas não o achou. Ele ainda deveria estar no mar. Ela sabia que ele amava aquela imensidão azul. Eles se conheceram na praia. Num domingo ensolarado ela estava sentada na areia e o viu sair do mar. Ele tinha chamado a tenção dela desde o primeiro minuto. Ela começou a andar para ir para casa e ele passou por ela correndo com a prancha em baixo do braço. Ela continuou andando lentamente pela areia até ver ele voltar conversando animadamente com um amigo em comum. Então ela conheceu Nick. E eles começaram a sair. E desde então ela não se lembra de uma época da vida dela que tenha sido tão feliz. Sabia que estava em falta com ele, mas depois que esse período de adaptação passasse, ela se dedicaria mais ao namorado. Ela passou os olhos pela praia e viu Nick saindo do mar, todo molhado, como no primeiro dia em que se conheceram. Ela correu para dentro e pegou uma toalha.
Nick estava entrando na cozinha quando ela gritou para ele.
• Parado aí mocinho! – ela foi até ele e lhe entregou a toalha – O senhor não vai molhar o meu chão e muito menos encher ele de areia! – ela riu
• Então você resolveu parar de trabalhar? – ele disse olhando o laptop fechado em cima da mesa.
• Por hoje sim! – ela sorriu orgulhosa – Arrumei um jeito de melhorar com as vendas da empresa!
• Que bom Julz! E o que nós vamos fazer agora? – ele sorriu e a abraçou.
• Enquanto você toma um banho, eu faço a janta. E depois nós podemos assistir um filme. O que você acha?
• Eu ia adorar fazer isso com você! – ele passou por ela subindo as escadas. E ele adorava mesmo. Nick desceu as escadas e foi para a cozinha. Abraçou e beijou a namorada como se não a visse há dias. Ela adorava o jeito carinhoso e cuidadoso que ele tratava ela. Poucos homens eram como Nick. E para ela, ele sempre foi o único. Adorava ficar nos braços dele. Sentia-se segura e protegida de qualquer coisa. Sabia que sempre podia correr para ele. Quando eles foram morar juntos, ainda no apartamento de dois quartos dele, a família dela odiou. Eles achavam que Nick era folgado, que não trabalhava direito e que iria fazê-la sofrer. Mas com o tempo a família dela começou a perceber como ele era importante para Juliet e eles aceitaram. Hoje, Nick era como um membro da família. E ele se orgulhava daquilo.


O celular dela começou a tocar, tirando-a das lembranças. Há um mês ela atendia ao telefone como louca. Achando que era ele que estava ligando. Isso quando ela não se pegava olhando para o celular, esperando uma ligação que ela sabia que não viria. Nick agora estava muito ocupado sendo correspondente internacional. Ele estava em Londres, não ligaria para Juliet. Ele tinha ido embora de lá de um jeito ruim. Eles tinham terminado o namoro e ela tinha falado para ele que o odiava, que nunca mais queria vê-lo.
• Alô? – ela atendeu ao telefone tentando engolir o choro.
• July! – pela voz ela percebeu que era a amiga Tiffany – Como você está?
• Mal! – ela começou a chorar – Eu não consigo viver sem ele, Tiffy! Ele é a coisa mais importante da minha vida. E pensar que ele está em Londres. Garoa, frio...não combinam com ele. – ela passou a mão no rosto – Meu Deus, eu amo aquele homem desde a primeira vez que nós saímos juntos. Ele é tudo para mim!
• Ah querida. Foi terrível! Eu sei que deve estar sendo difícil ficar sem ele, mas já faz um mês! Você tem que superar! Você tem sua vida, seu emprego!
• Dane-se tudo! O Nick era meu chão.
• E você nunca falou isso para ele!
• Eu sempre achei que eu não precisava dizer!
• É bom dizer! Ele também precisava saber que era amado!
• Eu errei! Mas eu dava tudo pra voltar atrás e corrigir isso!
• Você falou que nunca mais queria ver ele! Isso magoou.
• Eu estava nervosa porque ele estava indo embora. Você não sabe o que é perder a pessoa que você ama, Tiffany! Então não venha me dar sermões! Você não vivia com a gente, você não sabe como era a nossa relação. O Nick ser amigo do seu namorado e você ser minha amiga não quer dizer que vocês sabem de tudo o que se passou aqui em casa. Então se você ligou aqui pra jogar na minha cara que ele foi embora por minha culpa pode desligar! Agora o que eu menos preciso é disso!
• Desculpa! Você está certa. Eu só liguei pra saber se você está bem, mas eu percebi que não! Eu vou desligar July! Qualquer coisa pode me ligar de volta. Tomara que você fique bem. Tchau!
• Tchau! – A ligação de Tiffany reavivou a lembrança de como Nick tinha ido embora.

• Então você vai mesmo para Londres? – ela estava apoiada no batente da porta do quarto deles.
• Julz, eu vou! Faz tempo que nós deixamos de ser um casal. Você fica ligada no seu trabalho, não me dá atenção. É como se eu vivesse sozinho. E eu não acho mais que você me ama.
• Isso não é motivo para você me deixar!
• Você já me deixou faz tempo! – ele respirou fundo, não queria olhar para ela. A decisão dele já estava tomada. As coisas não eram mais como antes e a relação dos dois só estava fazendo mal para eles.
• Nick, se você sair você não precisa mais voltar! – ela falou serio vendo-o passar por ela.
• Acabou Juliet. Nós não estamos mais juntos. Vai ser difícil! Mas eu estou cansado de ter um relacionamento onde só eu me esforço pra fazer dar certo! Eu já não sei mais se você me ama. E tenho certeza de que nem você sabe.
• Nick eu estou falando sério. Isso não tem graça! Se você for não precisa mais voltar.
• Eu não vou voltar! – ele colocou as malas no porta-malas – Eu te amo Julz! – ele entrou no táxi e mexeu a boca dizendo Adeus.
• Eu te odeio Nick! – ela entrou e começou a chorar. Ela o amava. E tinha certeza de que não agüentaria nem um dia longe dele.


Ela resolveu ir se deitar. O cheiro de Nick ainda estava na cama e fazia dias que ela não dormia direito. Sempre que sonhava, era com ele. Já não agüentava mais todo aquele martírio. Ela teria que aprender a viver sem ele.

What hurts the most, was being so close
And having so much to say
And watching you walk away
Never knowing, what could have been
And not seeing that loving you
Is what I was trying to do


Juliet subiu as escadas e parou na porta do quarto vazio. Olhou o canto onde a prancha de Nick costumava ficar e depois olhou o espelho. Estava acostumada a acordar de manhã e encontrar um recado dele escrito com batom no vidro. Cada dia fazendo uma piadinha diferente, que a fazia rir nas primeiras horas da manhã e um eu te amo no final com um beijo desenhado logo a baixo. Fazia um mês que ela não via mais aquilo. Só Deus sabe quantos dias de mau-humor dela, ele teve que agüentar. Mas ele também a fazia sorrir. Nunca ninguém tinha feito ela acordar sorrindo, porém desde o dia que eles começaram a morar junto ela acordava feliz, com a certeza de que teria um recado que a deixaria feliz pelo resto do dia.
Ela ficou parada na frente do espelho e começou a tentar lembrar de um recado que ela tinha deixado para ele. percebeu que durante todo esse tempo ela nunca tinha retribuído aquele gesto carinhoso do namorado. Tentou se lembrar de quantos eu te amo ela falou para ele. Não conseguia também. Ela se sentou na ponta da cama e ficou olhando o seu reflexo no espelho. Tiffany tinha razão. Ela nunca tinha falado dos seus sentimentos para ele. Enquanto Nick não se cansava de falar “eu te amo”,de lembrar que ela era a coisa mais importante da vida dela, que sem ela, ele não viveria, Juliet só sorria e falava “eu também”. Perceber aquilo foi como se desse uma facada em seu peito. Ela o amava desesperadamente, e nunca tinha dito isso a ele. agora, parada naquele quarto, ela tinha tanta coisa para falar para Nick. As lágrimas começaram a rolar mais uma vez. Ela pegou um papel e começou a escrever.
• Estou sentada na nossa cama, olhando para o espelho onde você colocava os recados que eu sempre adorei ler. Eu sei que nunca retribui isso, mas me arrependo profundamente. Amor, se eu pudesse voltar no tempo, eu faria tudo diferente.
Eu sei também que eu nunca te disse, mas os seus recados alegravam meus dias. Tantas vezes eu acordei de saco cheio, querendo desistir (quando nós estávamos no começo) de brigar com todo mundo, e os seus recados me deram força para continuar. Você sempre me apoiou. Sempre se importou comigo e me protegeu. Eu nunca fiz isso por você. Perdi as contas de quantas vezes você disse “eu te amo” e eu só olhei sorrindo para você e disse “eu também”. – as lágrimas agora rolavam por toda a face e pingavam no papel. – Nick, cada dia da minha vida com você era diferente.
Eu sei que eu era seu chão, seu tudo, a pessoa mais importante na sua vida. Queria que você soubesse que você ainda é tudo isso para mim. Eu percebi que nunca disse para você o quanto você é importante na minha vida também. Eu achava que você já sabia, mas a Tiffy me ligou e abriu meus olhos. Não basta saber, nós temos que ouvir isso também! Como já não é mais possível você me ouvir (apesar de você ter deixado o seu número comigo, eu não tenho coragem de te ligar e perceber que outra mulher atendeu), eu estou escrevendo.
Eu sei que é tarde. Mas eu tenho que te falar. Quando você saiu pela porta de casa, saiu junto metade de mim. A metade que me fazia ser feliz, que me dava força, que era a minha base. Nick, eu te amo! Amo tanto que nem sei descrever. Esses dias que você não está aqui comigo parecem pesadelos.
Já perdi as contas de quantas vezes eu acordei e olhei para o espelho, ou fui até a porta para ver se você estava no mar. Eu adorava ver você surfando. Nick, você ainda é meu mundo. E eu me arrependo muito de não ter te dito tudo isso quando nós ainda estávamos juntos. Assim eu poderia te beijar e te abraçar e nós ficaríamos vendo o mar, como costumávamos fazer.
Me dói muito saber que eu podia ter de falado tudo isso antes e não o fiz. Me dói muito não ter tentado mais, e não deixar você ir embora. Hoje eu penso milhões de vezes no nosso passado e em como nós éramos felizes. Em como você me fazia feliz. Sinto saudades de você jogando videogame enquanto eu tentava trabalhar (quanto ao trabalho, pedi férias. Você estava certo, aquilo ia acabar comigo), sinto saudades de você me chamando para ir para a praia, do seu “eu te amo”, das suas palhaçadas, da sua bagunça, do seu beijo e de alguém me chamando de Julz.
E depois penso no nosso futuro, nos planos que nós fazíamos, no pequeno Lucas e na Clara, que sempre vão ser nossos filhos imaginários, na nossa casa grande, no Thomas, o cachorro que vai comer todos os nossos sapatos e as festas e churrascos que nós faríamos para os nossos amigos. Acho que nós nunca mais vamos saber como ia ser ter tudo isso, e essa idéia está acabando comigo. Queria pedir desculpas, nunca foi a minha intenção te magoar nem acabar com os nossos planos.
Nick, se algum dia você ler isso, pode ter certeza de que tem alguém que te ama muito, e que SEMPRE vai querer o seu bem. Te amo muito e pra sempre. Da SUA Julz.

Ela dobrou a carta, colocou num envelope, foi até a mesa onde ficavam os endereços, pegou o de Nick em Londres, escreveu na frente do envelope, lacrou e deixou em cima da escrivaninha. Amanhã ela mandaria para ele. Ela não esperava resposta, sabia que Nick dificilmente ia respondê-la. Ele estava magoado, e ela não tirava a sua razão. Mas pelo menos ele ficaria sabendo o quão importante ele é para ela e o quanto ela o ama.
Juliet respirou fundo secou as lágrimas e foi tomar um banho. Quem sabe depois de desabafar, ela não conseguiria dormir melhor?

It's hard to deal with the pain of losing you everywhere I go
But I’m doing it
It's hard to force that smile when I see our old friends and I’m alone
Still harder getting up, getting dressed, living with this regret
But I know if I could do it over
I would trade, give away all the words that I saved in my heart that I left unspoken


Seis meses se passaram desde que Nick tinha ido embora. Ele não havia respondido a carta, então ela resolveu parar de ter pena de si mesma. Ela estava colhendo o que ela plantou, teria que conviver com aquilo para sempre. Ela se mudou, mas não vendeu a casa onde eles moravam antes. Nem nunca a venderia. Aquele lugar estava cheio de lembranças boas. As fotos de Nick estavam guardadas, passou pela cabeça dela em jogá-las fora, mas não conseguiu. Ela pensou também em mudar de cidade, mas estava feliz onde estava. A lembrança dele estava em todo lugar. Desde Nick, Juliet não namorou, nem ficou com mais nenhum outro cara. Se olhava na frente do espelho. Seria a primeira vez que ela sairia com os amigos de antes. Sabia que não ia ser fácil, mas ela tinha que continuar vivendo. Nick partiu por causa de um erro que ela estava disposta a nunca mais cometê-lo.
Pegou o carro e foi para o bar onde costumavam ir. Quando entrou foi recebida por Tiffany e o namorado Alexander.
• E aí July? Como você está? – Alex a abraçou
• Bem! – ela forçou o sorriso e o amigo percebeu. Ela sabia que ele tinha notícias de Nick, os dois eram como irmãos, mas não iria perguntar dele, apesar da vontade.
• Fico contente de te ver bem. – ele percebeu que ela não estava tão bem, mas achou melhor não tocar no assunto.
• Oi July! – Tiffany deu um abraço apertado na amiga
• Oi! – ela olhou fundo nos olhos da amiga, que percebeu que ela tinha acabado de chorar. Tiffany esperou o namorado ir se juntar ao resto do grupo para conversar com Juliet. – Está tudo bem mesmo?
• Faz seis meses que nada está bem mesmo. – ela disse pedindo um drink ao barman.
• Você quer mesmo se juntar a nós? São as pessoas de sempre. – ela olhou para a mesa e viu vários amigos dela e de Nick.
• Quero Tiffy. Mais cedo ou mais tarde eu vou ter que voltar a falar com todo mundo. E eles não tiveram culpa do que aconteceu. Eu tive. – ela deu um longo gole no Martini.
• Mas eles vão te trazer lembranças...
• Tudo me lembra ele. Pode ficar tranqüila, que eu vou saber lidar com isso.
• Que bom que você está superando! – ela sorriu e abraçou a amiga. Sabia que não estava superando nada. Só tinha aprendido a conviver com a dor e a saudade. Elas andaram até a mesa de amigos e todos olharam para Juliet.
• Oi! – ela sorriu sem graça
• Oi July! – Chris veio abraçá-la – É bom ver você de novo!
• Também é bom ver vocês outra vez. – ela sorriu e deu mais um gole longo no Martini, acabando com o drink. Que mentira que ela estava dizendo, não era bom ver eles sem o Nick. É lógico que ela gostava de todos. Eles eram excelentes amigos, não deixaram de ligar para ela nem um dia, mas já não era a mesma coisa sem ele. sentiu falta do braço de Nick em seu ombro e dos beijos que ele costumava dar no pescoço dela, enquanto eles conversavam com os amigos. Lembranças boas, que só faziam o aperto no coração dela mais constante.
Durante toda noite ela rezou para que não demorasse a chegar a hora de ir embora. Queria cair na cama e dormir. Já estava dormindo bem, já conseguia fazer as suas coisas, mas não tinha esquecido dele. Nem queria.

O tempo continuou passando e Juliet ainda pensava em Nick todos os dias. Mas já tinha superado a fase de amargura e depressão. Ela tinha colocado na cabeça que Nick era uma lembrança boa para ela. Que ela queria guardar para sempre. Mesmo depois de casada e com filhos. Se é que algum dia ela teria tudo isso.
De dentro da gaveta ela tirou uma foto dele. Ritual que vinha se repetindo por todos esses meses. Pegou a foto e sorriu. Deu um beijo nela e se deitou. Rezou para que ele estivesse bem e feliz.
• Qualquer dia nós ainda vamos nos encontrar! – ela colocou a foto de volta no criado mudo e dormiu. Pronta para continuar com a vida que sempre levou, mas sabendo que se tivesse outra chance faria tudo diferente e abriria o seu coração para Nick.


PS: A música é do Rascal Flatts

CAP FINAL - I Still

Who are you now?
Are you still the same or did you change somehow?
What do you do?
At this very moment when I think of you
And when I'm looking back
How we were young and stupid
Do you remember that?
No matter how I fight it
Can't deny it
Just can't let you go


O vento frio lhe cortava o rosto e a neve lhe caia sobre os cabelos. Londres era linda. As pessoas de lá tinham uma classe que ele nunca vira antes, mas tudo aquilo era muito impessoal para ele. Sentia falta do calor, da praia, das pessoas e de Juliet.
Juliet, ele pensou. Ela fazia falta. A carta que ela tinha mandado para ele há meses atrás estava na carteira. Ela era uma parte dele que estava em Tampa Bay. Uma parte que ele lutava para esquecer todos os dias, mas não conseguia. Também não esquecia de como ela o tratara nos últimos meses em que eles estavam juntos. Foi terrível para ele ser deixado em segundo plano por causa do trabalho dela. Pelo que ele leu na carta, ela estava arrependida, mas agora ele é quem tinha o trabalho em primeiro plano.
Desde que foi embora, ele nunca mais teve notícias dela e aquilo só o fazia pensar cada vez mais na mulher que ele deixou. Todo dia ele se pegava pensando em como ela estaria, se estava com alguém, se tinha mudado...
A neve começava a cair mais forte agora. Ele resolveu apressar o passo até chegar na redação. Como fazia nos últimos meses, ele se enfiaria no trabalho para tentar esquecê-la. Passou pela portaria, cumprimentou o porteiro e subiu direto para o décimo andar. A porta do elevador se abriu e ele deu de cara com um monte de gente falando alto, andando de um lado para o outro com pressa. Calmamente ele passou por toda aquela confusão, dando oi para as pessoas e indo até o final do corredor, na frente de uma janela enorme que dava para a principal avenida da capital inglesa. Lá era onde ele passava boa parte do seu dia tentando esquecer Juliet. Colocou a pasta sobre a mesa e se sentou na cadeira, se abaixou para ligar o computador e quando se levantou deu de cara com Mark, seu amigo inglês.
• Você está terrível! – ele estava sentado em cima da mesa brincando com uma bolinha de borracha.
• Eu sei, Mark. – Nick olhou para ele. Ótimo jeito de se começar o dia, pensou.
• É a americana que vem tirando o seu sono?
• Mark, por favor. Eu não quero falar sobre isso! – Mas ele sabia que seria inevitável não falar sobre isso com Mark.
• Tudo bem, mas isso vai ficar aí te incomodando e você não vai ter com quer conversar, porque depois eu não vou querer te ouvir. – ele deu de ombros e saiu andando
• Ta bom Mark! – Nick riu – Eu te conto. – Nick contou tudo para Mark e lhe mostrou a carta de Juliet.
• Bom Romeu, eu não sei o que te falar.
• Eu sabia que você não ia me falar nada! – Nick olhou para Mark – Ninguém sabe o que falar.
• Você sente falta dela?
• Muita. Eu ainda amo a Juliet. – ele suspirou
• Volta pra ela!
• Não é tão fácil assim. Eu não quero voltar a ficar segundo plano.
• Eu te entendo. – Mark achou melhor quebrar o clima e fazer uma piada – Por isso que eu sou solteiro! – ele riu e Nick riu junto. – As mulheres que eu me relaciono têm que colocar o trabalho na frente!
• Mark, como você fala besteira. – Nick riu
• Bom, eu vou trabalhar, senão o gordinho do Mr. Grant vai brigar comigo. – Nick viu Mark voltar para a mesa dele. E logo viu o gordinho do Mr. Grant vindo em sua direção.
• Nickolas! – ele gritou. O Grant não sabia falar baixo.
• Fala Mr. Grant.
• Ligaram de Tampa, você vai voltar para lá. Eles estão precisando de você lá na redação. Falaram que aquele lugar fica uma bagunça sem você. – Nick ficou olhando Grant. Ele voltaria para Tampa Bay. – Mas quem vai ficar no meu lugar?
• Eles estão mandando o redator chefe que estava no seu lugar. Ó céus, se ele bagunçar ainda mais a minha redação eu mato aquele americano! – ele disse se afastando de Nick. – AH! – ele se virou de volta – Você tem que ir embora amanhã a tarde! – Nick só assentiu com a cabeça e viu Mr. Grant brigar com Mark.
• É Romeu...parece que você vai se reencontrar com a sua Juliet! – Mark sorriu.

Naquele dia Nick foi embora da redação mais cedo. Precisava arrumar as suas coisas, comprar a passagem e pensar nos detalhes da viagem. Quando chegou em casa e começou a empacotar as coisas se deu conta de que não tinha onde ficar em Tampa Bay. Ele e Juliet só tinham a casa da praia. Nada mais. Ele não queria ficar uns tempos com a mãe. A relação deles dois não era muito boa, então resolveu manter a calma e ligar para Alexander. Quem sabe ele não poderia ficar um tempo com ele até que arrumasse um apartamento ou uma casa para ficar.
• Jizzle!!! – Nick nem esperou o amigo dar oi. Ele sentia falta das noites em que eles saiam todos juntos.
• Nizzle! – Alexander reconhecer na hora a voz do amigo. – A que devo o prazer dessa ligação? – Nick não ligava havia algumas semanas. Ele sabia que era por causa do trabalho. Nick estava tentando esquecer Juliet. Tinha parado de perguntar dela há alguns meses. Se ele não estava errado nas contas, desde que ela tinha mandando a tal carta.
• Eu estou voltando! eles ligaram e me querem de volta na redação daí! Dizem que tudo está uma bagunça sem mim!
 É mais fácil tudo estar uma bagunça COM você! – ele riu – Mas que bom que você ta voltando cara! E onde é que você vai ficar?
• É isso mesmo que eu queria falar! Dá pra eu ficar uns tempos com você até eu achar algum lugar?
• Lógico que dá! Mas... – ele ficou meio sem jeito de falar que Juliet tinha saído da casa da praia. Não sabia como Nick ia reagir. Sabia que o amigo ainda a amava.
• Mas o quê?
• Tem a ver com a Juliet...posso contar?
• Pode. – Nick tentou disfarçar a curiosidade na voz. Até que enfim alguém lhe daria notícias dela.
• Ela saiu da casa da praia. Ta morando num apartamento, sozinha.
• E o que ela fez com a nossa casa? – Nick sentiu raiva. Como ela poderia abandonar uma das coisas mais importantes para eles?
• Ela vai todo dia até lá, vê como está, mas ela se mudou. Está morando num apartamento perto. Ela disse que não agüentou viver com a sua lembrança e teve que se mudar.
• Mas a minha casa ainda está lá, não?
• Está! E está desocupada, também. Ela não aluga para ninguém. – Nick respirou aliviado.
• Então quando eu voltar eu vou ficar lá.
• É uma boa cara! Afinal, é a sua casa!
• “Era a nossa casa.” – ele pensou – É, mesmo assim. Eu não vou ter pra onde eu ir quando eu chegar aí!
• Pode vir pra cá! Aliás, pode deixar que eu vou te buscar no aeroporto! – Alexander sorriu.
• Ótimo, então mais tarde eu te ligo de novo e nós marcamos onde e que horas!
• Tudo bem! Vou ficar esperando!
• Até! – eles desligaram o telefone.
Nick acertou todos os detalhes da viagem e a noite mal conseguiu dormir. Ficou pensando em como seria encontrar com Juliet de novo. Qual seria a reação dela? qual seria a reação dele?. Logo já era de manhã e ele levantou. Pegaria um vôo ainda de manhã. Queira estar em casa o mais rápido possível. Mark o levou até o aeroporto prometendo visitá-lo em Tampa.

Algumas horas de vôo e Nick já estava no aeroporto. Respirou fundo. Ainda teria uma pequena viagem de carro até em casa. Esticou o pescoço procurando por Alexander. Logo achou a figura toda tatuada no meio da multidão e se dirigiu até ela.
• Jizzle! – ele abraçou o amigo
• Nizzle! Cara, como você ta branco! – AJ não pode deixar de notar.
• Naquela terra só chove e neva, você queria que eu estivesse de que cor? – ele riu
• Como você ta?
• Bem! E você?
• Muito bem! – eles pegaram as malas e passaram pela multidão.
• E a Tiffany?
• Ta ótima!
• Como andam as coisas em Tampa Bay?
• Calmas, como sempre. – Alexander percebeu que Nick queria saber de Juliet quando ele suspirou.
• Juliet?
• Ta bem, cara. Ela ficou muito mal desde que você foi embora. Mas ela está superando.
• Eu preciso saber, né? Amanhã eu vou ter que ir até onde ela está para pedir as chaves da casa da praia.
• Que porcaria, heim? Nunca ninguém imaginou que vocês iam terminar.
• Nem a gente. Mas foi necessário. As coisas ficariam fora de controle. Mas vamos mudar de assunto! – Nick sorriu e eles começaram a conversar sobre outras coisas. Mas os seus pensamentos continuavam em Juliet. Depois de tanto tempo e de tanto tentar ele ainda não tinha a esquecido. E tinha certeza de que agora, morando de novo naquela cidade, seria uma tarefa quase impossível. Eles provavelmente estiveram em cada canto daquele lugar. E cada esquina trazia uma lembrança diferente para ele.

I still need you
I still care about you
Though everything's been said and done
I still feel you like I'm right beside you
But still no word from you


Nick chegou na casa de AJ cansado. Queria deitar e dormir, mas sabia que não conseguiria. Eles riam alto o suficiente para fazer Tiffany ir até a porta sem precisarem tocar a campainha. Ela se apoiou no batente e ficou olhando os dois amigos. Também se lembrou de como eles costumavam sair para surfar e ficavam em casa ela e Juliet, rindo e falando besteiras. Nick viu que Tiffy ria parada na porta e foi dar um abraço na amiga.
• Tiffany, Tiffany! – ele riu e deu um abraço apertado na amiga. Ele sentia falta daquelas pessoas. Tinha certeza de que se ele continuasse em Tampa Bay, eles estariam o apoiando e o ajudando a esquecer Juliet.
• Nickolas! – ela sorriu – Tudo bom?
• Vai com calma aí em bonitão! – AJ passou por eles entrando na casa.
• Pode deixar, Jizzle! Ela é como uma irmã pra mim! – ele riu olhando para AJ – Tudo! E você? Ele está te tratando bem, não?
• Sempre! O Alex é tudo o que eu queria! – ela riu – Mas e aí? – ela o colocou para dentro de casa – Vai ficar quanto tempo com a gente?
• Até amanhã, eu acho. De manhã eu vou até a casa da Juliet pegar as chaves da casa da praia.
• Entendi! Mas você vai ficar lá sozinho? – ela olhou para ele séria. Estava preocupada com o amigo, assim como se preocupava com a amiga.
• Vocês vão me visitar certo? – ele riu – E você sabe como eu amo aquele lugar. Eu não me imagino em qualquer outra casa nessa cidade a não ser lá.
• Tudo bem, Nizzle! Você que manda! – ela riu e o abraçou de novo. Alex veio da cozinha com um caixa de pizza, três pratos e várias latas de refrigerante.
• Nossa que saudades disso! – ele pegou um pedaço de pizza e deu uma mordida fechando os olhos. – Nossa, quanto tempo que eu não comia isso. As pizzas de lá são muito estranhas. Tudo é diferente. – ele mordeu de novo – Mas agora eu já estou em casa, com as minhas coisas, pizza e meus amigos. – ele sorriu. – Nossa isso ta muito bom mesmo. – Eles conversaram por mais algum tempo e logo foram se deitar. Alex e Tiffany perceberam que ele morria de vontade de ver Juliet de novo, por isso não se ofereceram para ir buscar as chaves da casa da praia.

Nick rolava de um lado para o outro na cama se perguntando se Juliet já sabia que ele estava na cidade. Não tinha a mínima idéia se Tiffany tinha a avisado. De qualquer modo ele sabia que ela saia de casa sempre às nove horas em ponto, então às oito ele passaria lá. Seria difícil acordar cedo, mas ele o faria. Além de ir pegar as chaves ele queria ver Juliet. Fazia quase um ano que ele não tinha mais notícias dela, a não ser pela carta, que quando ele leu, o fez chorar. Ele nunca tinha tido uma experiência tão dolorosa como aquela. Mas ainda assim, sabia que não a esquecera e que ainda amava Juliet. Foi pensando nela que ele adormeceu.

De manhã a música tocando no celular dele o despertou. Nick tomou um banho, trocou de roupa, pegou o carro de Alex emprestado e foi até o endereço que Tiffany havia dado para ele na noite anterior. Viu que o prédio era simples, sem porteiro. Uma mulher alta, loira e magra descia as escadas e abriu a porta para ele. ele não teria que interfonar para Juliet. Pegou o elevador até o terceiro andar. Estava nervoso. Percebeu que já tinha estralado todos os dedos e agora mordia a boca. Se dirigiu até a porta do apartamento dela. respirou fundo e apertou a campainha.

Juliet seguia a sua rotina. Acordava as sete tomava banho, café, se arrumava e ia para o trabalho nove horas em ponto. Tinha acabado de sair do banho e trocar de roupa, quando sentiu vontade de ver mais uma vez a foto de Nick no criado mudo. Ela sorriu, não podia continuar fazendo aquilo, não era saudável, por isso ela considerava um vício. Colocou a calça preta e a camisa branca, secou os longos cabelos castanhos e colocou o sapato. Ela ia para a cozinha quando a campainha tocou. Quem seria uma hora dessas? – ela se dirigiu até a porta e olhou no olho mágico. Não acreditou no que viu. Nick estava no corredor. Não podia ser verdade. Com pressa ela abriu a porta e olhou Nick.

Quando ela abriu a porta os dois ficaram se olhando. Se reconhecendo. Ele reparou que o cabelo dela tinha crescido, e ela com certeza tinha perdido alguns quilos, mas continuava linda. Juliet percebeu um Nick mais pálido, com cara de cansado, mas com os mesmos olhos azuis que a enlouqueciam.
• Oi Juliet. – ele arriscou um sorriso.
• Nick, o que você está fazendo aqui? – foi a única coisa que saiu dela. quando ela se deu conta do que tinha dito tentou arrumar. – Digo, você não estava em Londres. Ia ficar algum tempo por lá, não? – um turbilhão de pensamentos encheu a sua cabeça. – Entra. – ela deu passagem para ele.
• Eu estava, mas pediram para eu voltar para Tampa. Parece que as coisas aqui na redação não andam muito bem. – ele esperou que ela passasse na sua frente e mostrasse o caminho para ele.
• Entendo. – ela sorriu e olhou para ele. Não podia acreditar naquilo. – Tudo bom?
• Tudo sim. E com você?!
• Também! – ela sorriu – Mas onde você está? Na casa de quem? – ela colocou duas xícaras de café e as encheu.
• Do Jizzle! – ele se sentou em um dos banquinhos da cozinha. – Por isso que eu vim aqui, Juliet. Foi para te pedir a casa da praia, já que você não está mais morando lá. – ela pode perceber um pouco de mágoa no tom de voz dele.
• Nick.. – ela respirou antes de começar a falar – Eu só quero que você fique sabendo que eu não abandonei aquela casa. Todo dia eu vou lá, e fico lá dentro por quase duas horas. Eu amo aquele lugar assim como você o ama. E eu não saí de lá porque eu quis. Eu saí porque tudo me fazia lembrar você lá, e eu já estava ficando louca. – os olhos dela marejaram. Nick continuava olhando para a xícara com café.
• Tudo bem Juliet. – ele olhou para ela – Eu não estou bravo. Você seguiu com a sua vida assim como eu fiz com a minha. Eu só vim te pedir a chave porque eu não pretendo ficar morando com o Jizzle e com a Tiffy.
• Ok. Eu só estava te explicando pra você não achar que eu não dou mais importância pra casa. – ela se levantou e foi pegar a chave. – Está aqui.
• Obrigado. Agora eu tenho que ir. – ele se levantou. Não achou que fosse tão difícil vê-la. Percebeu que apesar do que ela tinha escrito na carta, ele ainda estava magoado com ela, mas o amor que ele sentia não tinha ido embora.
• Eu te levo até a porta. – ela foi atrás dele e quando o viu abrir a porta disse seu nome. – Nick. – ele se virou, ela pegou na mão dele e deu um beijo suave na boca de Nick.
• Juliet. – ele se afastou.
• Você nunca pensa em mim? Em nós? Eu sinto tanta saudade de você. – ela passou a mão no rosto dele.
• Eu sei. – ele lembrou da carta dela. – Agora eu tenho que ir, você vai se atrasar para o trabalho. Ele olhou no relógio – Tchau Juliet.
• Tchau Nick. – quando ele se virou para olhá-la percebeu que ela estava chorando. Não queria ter visto aquilo. Não precisava de mais drama. O dele já era suficiente e já estava tirando o seu sono. Nick tentou resistir à vontade de ir falar com ela e dizer que tudo ia ficar bem, mas foi em vão. Quando ele percebeu já ia em direção a Juliet.
• Hey Juliet. As coisas vão se encaixar e tudo vai ficar no lugar. Você vai ver. – ele a abraçou. Não gostava de ver ela chorando. Apesar de magoado ele ainda tinha carinho por ela. – Tudo vai acabar bem pra gente. – ela se afastou e ele deu um beijo na testa dela.
• Nick, eu só vou ficar bm com você do meu lado, comigo.
• Não fala assim. Você não sabe o que vai ser amanhã. Você vai ficar bem Juliet. – ele sorriu. E se afastou dela. Sabia que não tinha ajudado muito, mas não podia continuar lá. Ia ser difícil resistir e não dar pelo menos mais um beijo nela. E ele não queria dar esperanças para Juliet. Sabia que ela estava sofrendo muito com a separação.
No elevador ele colocou a mão no bolso, instintivamente, procurando pela carta que ela lhe tinha escrito, mas desistiu de lê-la mais uma vez. Ao invés disso foi para casa de AJ. Teria que colocar as suas coisas no carro e levá-las para a sua casa, agora.

Now look at me
Instead of moving on, I refuse to see
That I keep coming back
Yeah, I'm stuck in a moment
That wasn't meant to last
I've tried to fight it, can't deny it
You don't even know that


Juliet andava de um lado para o outro do apartamento. Quando Nick saiu, ela ligou para a empresa onde trabalhava e avisou que não iria por problemas pessoais. Não teria condições de fazer nada depois do acontecido. Como ela nunca faltava, nem quando estava doente, ela foi liberada. Juliet precisava colocar as idéias em ordem. Desde quando ele estava na cidade? Será que ele ainda estava solteiro? Ela se tranqüilizou e ligou para Tiffany. Ela lhe contaria tudo, não lhe esconderia nada.
Juliet pegou o telefone e ligou para o celular de Tiffany.
• Juliet! – Tiffany nem deixou a amiga dizer oi – Eu sabia que você ia me ligar.
• O Nick veio aqui!
• Eu sei que ele foi aí! Ele está na minha casa.
• Quando ele chegou?
• Ontem! O Alex foi buscar ele no aeroporto e o trouxe pra cá, mas parece que hoje ele já vai pra casa de vocês.
• Ele veio aqui buscar as chaves. Ele está muito magoado comigo. Eu percebi no tom de voz dele. – ela secou uma lágrima que teimou em cair. – Eu expliquei para ele porque eu saí da casa. E quando ele ia embora, eu o segurei e dei um beijo nele. Só encostei o meu lábio no dele, mais nada, mas ele me afastou. – Tiffany percebeu que a amiga estava chorando. – Depois foi embora, mas quando ele estava quase no elevador, ele virou para trás, me viu chorar e voltou pra me dar um abraço e falar que tudo ficaria bem pra nós. – agora ela chorava como quando ele a deixou pela primeira vez. Tiffany ficou sem saber o que fazer.
• Juliet...você não devia ter dado um beijo nele. Eu sei que ia ser difícil ficar sem encostar nele, mas era o que você devia ter feito. Você se machucou mais ainda.
• E como ele está?
• Igual você. Mas é difícil dele chorar. Eu sei que ele chora quando ele conversa com o Alex.
• Eu vi que ele também não estava muito bom....
• Ele ainda te ama, Juliet, mas ele está muito magoado com você. Ele perguntou de você pro Alex, ficaram conversando algum tempo. Ele queria saber como você estava.
• O Alex disse o quê?
• Ele disse a verdade. Que você estava mal e que não tinha conseguido superar ainda.
• Ele falou o quê?
• Nada. Ficou quieto, pensando.
• Tiffany, eu vou te perguntar uma coisa, mas se a resposta for positiva, você não precisa falar sim. só fica quieta que eu vou entender. Ele está namorando?
• Ele não namora ninguém desde você. July, ele também não superou a separação de vocês. Vocês dois se amam, são feitos pra ficarem juntos. Você tem que abrir o olho dele para isso, e tentar reconquistar ele. Você magoou muito o Nick. Por isso que ele terminou. Mas se você conseguir provar para ele que você não é mais a mesma, que você mudou, e que está disposta a deixar um pouco o seu trabalho de lado por ele, eu tenho certeza que o Nick volta com você. Ele ainda te ama, amiga. Está nos olhos dele isso. Ele só está muito machucado.
• Você acha? – ela conseguiu esboçar um sorriso.
• Acho, July. E pode contar comigo pra o que for necessário. Eu quero que vocês dois terminem essa história juntos e felizes.
• Obrigada, Tiffy. Acho que só você sabe o quanto eu amo o Nick.
• Não, Juliet. Todo mundo sabe que você o ama. Você só precisa mostrar pro Nick isso.
• É, eu vou!
• Juliet...você não foi trabalhar?
• Não! De que jeito eu ia? Antes do Nick ir embora eu já desabei e comecei a chorar. Eu estou terrível, Tiffy.
• Mas vai passar. Como o Nick disse, tudo vai ficar bem pra vocês dois.
• Eu espero que fique bem com nós dois juntos.
• E vai ficar, Juliet. Pode ficar tranqüila. É só você fazer o que é certo. Agora eu preciso desligar, porque eu estou trabalhando.
• Tudo bem Tiffy. Você já me ajudou bastante. Obrigada, viu!
• Magina July. Beijo!
• Beijo! – elas desligaram o telefone e Juliet resolveu ir andar na praia. Precisava relaxar, descansar a cabeça.

Ela chegou na praia e começou a andar. Andaria de uma ponta à outra, e se fosse necessário repetiria a caminhada. Passaria pela casa onde ela e Nick moravam, mas seria de propósito. Quem sabe ele não a via andar e apareceria na porta? Ou quem sabe ele não estaria surfando? Aí ela se sentaria e o assistiria. E quando ele saísse da água ela estaria lá, como costumava ser.
Juliet já estava perto da casa onde morava e pode notar alguém sentado nas escadas que davam para a areia. Ela se aproximou mais e viu que era Nick. Ele estava olhando o mar. Ela parou e ficou o olhando. Resolveu tomar coragem e se aproximar mais um pouco. Foi andando até a casa e percebeu que Nick ainda não tinha notado a sua presença. Aproximou-se dele e colocou a mão no seu ombro.

Nick chegou em casa e desempacotou as suas coisas. Juliet de fato passara lá sempre. A casa estava como se eles ainda morassem lá. Os porta-retratos com fotos dos dois. Alguns papéis estavam em cima da mesa de centro e algumas roupas estavam no armário, todas estavam limpas e cheirosas, sinal que Juliet nunca se descuidou. Nick percebeu que estava anoitecendo e resolveu ir se sentar na escada para ver o pôr do sol. Lembrou-se de como costumava fazer isso com Juliet nos finais de semana. Sentia saudades dela. E vê-la chorando por ele hoje de manhã tinha acabado com o seu coração. Ele odiava tudo aquilo, mas não podia ficar com ela. Ele estava muito magoado. Ficou lá vendo o sol e pensando em Juliet. De repente ele sentiu o perfume dela e sentiu uma mão no ombro. Ele olhou para ela.
• Ei! – ela tentou sorrir para ele.
• Ei! – ele sorriu para ela. – Senta. – ele foi para o lado para dar lugar para ela sentar
• Está tudo em ordem na casa?
• Sim, sim. Obrigado por cuidar dela.
• Não é nada, Nick. – eles ficaram em silêncio olhando o Sol. Como era estranho aquilo. Eles costumavam conversar, rir, trocar carinhos e beijos, e hoje pareciam dois estranhos. Juliet olhava para ele, mas desviava o olhar. O silêncio estava matando-a. Resolveu conversar com ele. – Nick.
• Hum? – ele se virou para ela como se já estivesse esperando ela falar alguma coisa.
• Hoje de manhã eu te fiz duas perguntas e você não me respondeu. E eu queria mesmo saber se você ainda pensa em mim e no que nós tivemos. Porque eu ainda penso muito em tudo. E penso mais ainda nos erros que eu cometi. – ela olhava firme para ele. Tinha se prometido não chorar.
• Eu penso em você, Juliet. E penso muito em nós. Mas eu acho que nós não damos mais certo. Você tem as suas coisas, o seu trabalho e eu tenho as minhas. São interesses diferentes agora.
• Nick eu te magoei muito. Eu sei disso. E eu me arrependo demais dos meus atos, mas eu tenho certeza que eu nunca mais faria de novo o que eu fiz com você. Nunca mais eu te trocaria ou te colocaria em segundo plano, porque você é a pessoa mais importante para mim. Mesmo com tudo o que aconteceu, eu nunca deixei de pensar em você. Nem por um minuto.
• Juliet – ele olhou sério para ela – Não promete o que você não pode cumprir. – ele sorriu – Eu te conheço. O trabalho é a coisa mais importante para você. – ele olhou para o mar mais uma vez e desviou o olhar para ela. – Você tem que seguir em frente com a sua vida, porque eu estou tentando seguir com a minha. A nossa vida junto já passou. Você não pode ficar se prendendo a isso.
• Eu não acredito nisso, Nick. E os nossos planos? Tudo o que nós conquistamos juntos? Já passou também? Ou não significa mais nada? – ela falava baixo. Tentando segurar um choro que teimava em sair.
• Juliet, entende, por favor. Os planos vão continuar sendo só planos, e o que nós conquistamos vai ficar como boas lembranças.
• Eu me abri pra você na carta...eu falei tudo o que eu sinto...não acho que eu consiga superar você. – ela olhou de volta para o mar
• Eu li a sua carta. Tudo o que você escreveu nela mexeu demais comigo. Mas como você disse, você nunca me falou o que você sentia, enquanto eu, todo dia, falava que te amava. Chegou uma hora que eu senti que só eu estava comprometido. Que você não ligava mais. Por isso eu fui embora.
• Eu já pedi desculpas, já disse que eu te amo, que você é minha vida, Nick. Não sei mais o que eu faço pra te ter de volta. Sinceramente. – ela balançou a cabeça.
• Não tenta mais, Juliet. Faz isso ficar mais fácil pra nós dois. – ele olhou para ela e se levantou. Ela se levantou junto com ele e colocou seu corpo perto do dele. Ela sentiu a pele de Nick perto da dela e a fez arrepiar. O coração deles estavam acelerados. Ela tinha vontade de tocá-lo mais uma vez. De beijá-lo, mas não o faria. Respeitaria a vontade dele, pelo menos por hoje.
• Não me peça uma coisa que eu não posso cumprir. – ela sorriu – Eu não posso desistir de ter você de volta, quando o que eu mais preciso é de você do meu lado, Nick.
• Juliet... – ele não sabia o que dizer.
• Nick, eu vou embora. – ela deu de ombros. – Já está tarde.
• Boa noite. – ele disse vendo ela descer as escadas e se afastar.

I still need you
I still care about you
Though everything's been said and done
I still feel you like I'm right beside you
But still no word from you
No, No...
I wish I could find you
Just like you found me, then I
Would never let you go


Nick ficou vendo ela ir embora. Os cabelos de Juliet voavam com o vento, ela passava a mão pelo rosto diversas vezes. Ele chegou à conclusão de que ela estava chorando. Sentou-se numa das cadeiras do deck e ficou observando-a. Ela andava com os pés na água e de cabeça baixa. Desejou saber o que ela estava pensando. Viu que Juliet se sentou na areia, colocou a cabeça entre as pernas e percebeu que o seu corpo mexia. Queria ir lá consolá-la, mas o que falaria se o motivo do choro dela era ele? Ele poderia voltar com ela, mas não se sentiria tão seguro como antes, e queria evitar uma segunda separação mais dolorosa ainda. Ele ficou observando ela por mais dez minutos, até ela se levantar, secar as lágrimas e continuar andando. Nick só entrou em casa quando a perdeu de vista.
Ele se jogou no sofá, estava muito cansado, mas ainda não conseguia pegar no sono com facilidade. Ele olhou a lareira e lembrou de como eles gostavam de ficar lá e tomar vinho, rindo e fazendo planos. Achou melhor sair dali, não conseguiria parar de pensar nela, naquele lugar. Subiu as escadas, passou pelo quarto que eles costumavam dormir. Tudo estava como quando ele saiu. Parecia que nada tinha acontecido. Agora ele entendia porque Juliet tinha saído daquele lugar. Eram lembranças demais para ela. Lembranças que só a faziam ter certeza de que ela tinha cometido erros terríveis com ele.
Nick pensou em sair. Ir ver como estava a cidade, mas desistiu. Achou melhor ficar em casa e assistir televisão. Amanhã ele teria que ir trabalhar e não poderia acordar tarde. Arrumou a cama como ela costumava fazer e se deitou. Lembrou de como tinha conhecido Juliet...

...Ele estava saindo do mar com a prancha em baixo do braço quando viu Juliet sentada na areia, o observando. Nick deu um meio sorriso. Aquela garota era linda. Longos cabelos castanhos e ondulados, olhos castanhos e um sorriso lindo. Passou por ela e foi se juntar aos outros amigos. Lembrou-se dela conversando com um amigo dele de longa data. Alexander sem dúvida saberia dizer quem ela era, o que fazia e se ela era solteira. Então colocou a prancha em baixo do braço e foi correndo encontrar o amigo na outra ponta da praia. Quem sabe ele não o ajudaria?
• Jizzle! – Nick gritou para Alexander, enquanto andava na direção dele.
• Fala! – AJ se levantou para conversar com o amigo.
• Tem uma morena de cabelos longos que é sua amiga, eu já vi vocês conversando algumas vezes, mas nunca pensei que ela chamaria tanto a minha atenção. Ela está sentada não muito longe daqui. Eu queria saber se você não pode dar um jeito de me apresentar à ela! – Nick riu
• Eu acho que eu sei de quem você está falando. Vamos lá cara, eu apresento vocês sim! – Alex e Nick começaram a andar de volta para onde Juliet estava quando a viram caminhando lentamente pela água. Nick ficou encantado. Ela usava um biquíni azul da cor do mar e uma canga amarrada na cintura que deixava as pernas torneadas à mostra. Com certeza ela era a mulher mais bonita que ele já tinha visto. Foi tirado de seus pensamentos por Alexander falando o seu nome. – Juliet, esse aqui é o Nick, Nick essa é a Juliet, uma amiga minha de algum tempo. – AJ sorriu para ela e Nick também.
• Prazer Juliet! – ele estendeu a mão
• Prazer Nick! – e então os dois começaram a conversar animadamente. Tanto que nem perceberam AJ ir embora. Já estava escurecendo quando Nick teve a idéia de chamá-la para sair.
• Julz, você vai fazer alguma coisa hoje? – ele sorriu passando a mão pela nuca.
• Do que você me chamou? – ela riu
• Julz...Juliet é muito comprido. – ele sorriu
• Não Nick, eu não vou fazer nada hoje.
• Quer ir comer alguma coisa comigo? Tipo...comida japonesa?
• Eu ia adorar! – ela sorriu para ele.
• Então eu passo na sua casa ás oito, pode ser?
• Pode! – eles se despediram e cada um seguiu o caminho da sua casa.
Durante toda à noite eles se divertiram muito. resolveram sair do restaurante e ir dar uma caminhada na praia. Ver Juliet sorrindo para ele, com o vento batendo nos cabelos dela e a lua refletindo na sua pele, fez Nick se apaixonar. Não tinha certeza se uma pessoa podia ficar apaixonada tão rápido, mas sabia o que estava sentindo. Quando eles pararam de falar, Nick tomou o rosto dela em suas mãos e a beijou. Depois desse dia os dois nunca mais tinham se separado.


Juliet resolveu andar mais um pouco pela praia ao sair da casa de Nick. Tirou os chinelos e foi andando pela água. Lembrou-se de sua mãe dizendo que aquilo acalmava as pessoas e ela precisava se acalmar. Tinha que conter aquele choro. Ela caminhou por alguns metros, mas desistiu. Sentou-se na areia, colocou a cabeça entre as pernas e começou a chorar. Não podia acreditar que estava perdendo Nick de verdade. Não podia acreditar que eles nunca mais voltariam a ficar junto e seriam felizes para sempre. Não queria acreditar que aquele era o fim. Queria poder fazer o tempo voltar no dia em que ela o conheceu. Ficou se lembrando desse dia.

Ela estava sentada naquela praia, quando viu ele sair do mar. Queria saber quem era aquele loiro. Ela sentiu os olhos azuis dele, olharem dentro dos dela. não pôde deixar de sorrir. Não se lembrava de achar um homem tão atraente como aquele que tinha saído do mar. Ficou pensando qual seria o nome dele, quantos anos e se ele tinha namorada. Achou melhor parar com toda aquela besteira, afinal, provavelmente eles nunca mais se veriam de novo. Levantou-se e começou a andar lentamente para casa, procurando pelo surfista loiro. Quando percebeu ele passar por ela correndo e nem notá-la. Balançou a cabeça e achou que “os olhos azuis olharem dentro dos seus”, tinha sido só uma impressão tola de uma garota atraída. Continuou caminhando lentamente, quando notou ele vindo em sua direção com um dos seus amigos. Percebeu que Alexander tinha a visto e parou para conversar. Ela olhava insistentemente para aquele rapaz. De perto ele era ainda mais bonito. As tatuagens que ele tinha lhe chamaram a atenção. Parou de olhar para ele, quando Alex falou o seu nome.
• Juliet, esse aqui é o Nick, Nick essa é a Juliet, uma amiga minha de algum tempo. – AJ sorriu para ela e Nick também.
• Prazer Juliet! – ele estendeu a mão
• Prazer Nick! – e então os dois começaram a conversar animadamente. Tanto que nem perceberam AJ ir embora. Já estava escurecendo e ela perdia as esperanças dele chamar ela para sair, foi quando o pedido veio...
• Julz, você vai fazer alguma coisa hoje? – do que ele tinha a chamado? Ela sorriu e achou melhor perguntar
• Do que você me chamou? – ela riu ao ver que ele ficou sem graça
• Julz...Juliet é muito comprido. – ele sorriu e ela balançou a cabeça mostrando que tinha entendido.
• Não Nick, eu não vou fazer nada hoje. – ela olhou fundo nos olhos dele
• Quer ir comer alguma coisa comigo? Tipo...comida japonesa?
• Eu ia adorar! – ela sorriu para ele.
• Então eu passo na sua casa ás oito, pode ser?
• Pode! – eles se despediram e cada um seguiu o caminho da sua casa.
Ela se divertiu durante toda a noite. Achava a companhia dele muito agradável. Eles eram parecidos em tudo. Os mesmos gostos, as mesmas manias...Nick deu a idéia de irem para a praia caminhar. Ela aceitou na hora, queria ficar a sós com ele. Ver Nick olhando para ela, com a lua e o mar atrás dele, fizeram o seu coração bater mais forte. Sentia-se uma garotinha no primeiro encontro. Não resistiu quando Nick tomou o seu rosto nas mãos e a beijou. Desde esse dia não se lembrava de ser tão feliz.
Um dia ele contou para ela que ele foi buscar Alex para poder conhecer ela. Ela deu risada. Então não tinha sido sorte ver ele caminhando com o amigo. Nick tinha armado tudo. Ele que tinha dado início ao que os dois tinham.


Juliet resolveu se levantar e ir para casa. Já estava ficando tarde e amanhã ela teria que acordar cedo. Não poderia faltar a mais um dia de trabalho. No caminho, foi desejando que toda a história se repetisse e que ela pudesse, dessa vez, dar o passo inicial para ter o coração de Nick de volta. Para ela estava claro que ele a amava também. Tinha duvidado disso por algum tempo, mas depois da conversa de hoje e do que Tiffany tinha lhe dito, ela tinha certeza de que Nick ainda gostava dela como antes. E isso dava força para ela continuar insistindo na relação com ele.
Não sossegaria enquanto não parasse de sofrer e acabasse com a tristeza de Nick. Sabia que a mágoa não era o suficiente para acabar com o que eles tiveram e não tinha razão de não querer insistir num relacionamento, que com alguns ajustes, poderia ser tão saudável.

Though everything's been said and done, yeah
I still feel you (I still feel you)
like I'm right beside you (like I'm right here beside you)
But still no word from you


Nick levantou cedo, foi correr na praia e depois surfar. Estava contente de ter sua vida de volta ao normal. A não ser pelo fato de Juliet não estar mais lá. Juliet...fazia uns dias que ela não aparecia, ou que ele não tinha notícias dela, será que ela tinha desistido dele? De repente ele sentiu um frio na barriga. Não tinha certeza se queria que ela o esquecesse. Mesmo com ela enchendo a paciência dele e o fazendo sofrer cada vez que ela aparecia e ele a mandava embora, ele gostava de saber que ela estava por perto, que se preocupava com ele, que ainda o amava.

Juliet estava no trabalho, dando graças a Deus que já era sexta-feira. Ela finalmente teria o sábado para descansar e colocar as idéias no lugar. Durante a semana não tinha procurado Nick. Não tinha motivo para fazê-lo. Procurou milhões de razões para ir até a casa onde moravam, mas não achou nem uma. Estava pensando o que fazer pra poder ver Nick de novo, quando o seu celular tocou. Era Tiffany. Será que tinha acontecido alguma coisa com ele? Ela atendeu o celular de pressa.
• Oi Tiffy!
• Oi July!
• Aconteceu alguma coisa?
• Não... – Tiffany riu – o Nick está bem. – Juliet suspirou aliviada.
• É que ele esqueceu algumas coisas aqui em casa. E eu não vou conseguir devolver para ele, entende?
• Entendo...você quer que eu devolva? – ela riu
• Eu quero. Tem como?
• Tem sim! Hoje quando eu sair do trabalho eu passo na sua casa para buscar, aí eu levo para ele. Tudo bem?
• Tudo. Então você passa aqui?
• Passo sim.
• Ótimo! Até mais amiga!
• Até! – elas desligaram o telefone e Juliet riu. Tiffany a ajudaria mesmo. Ela voltou ao trabalho, mas continuou pensando nele.

À tarde Alexander resolveu passar na redação onde Nick trabalhava para conversar com ele. Eles tinham se falado no dia anterior e ele percebeu que o amigo não estava bem. Nick estava confuso e ele queria ajudá-lo.
• Eu vim ver o Nickolas Carter. – ele sorriu para a recepcionista, que olhou torto para ele.
• O seu nome?
• Alexander McLean.
• Tudo bem. Eu vou avisá-lo. – AJ assentiu com a cabeça e foi se sentar em um sofá. – Sr. Carter, Alexander McLean está aqui para vê-lo. Tudo bem, eu aviso. – ela se virou para AJ
• O senhor pode subir.
• Valeu! – ele deu um tapinha na mesa da recepção e pegou o elevador. Quando chegou no andar, Nick estava na porta do elevador para recebê-lo.
• Jizzle! – ele sorriu – O que você ta fazendo aqui?
• Vim conversar com você. Eu percebi que você está meio confuso com relação à Juliet. – AJ acabou de dizer e Nick deu um suspiro. O amigo sabia tudo, não adiantaria esconder.
• É, eu estou! – Nick foi andando, sendo seguido pelo amigo até a sua sala. – Ela não apareceu a semana toda. Não deu notícia e quando ela saiu de casa no dia em que ela foi se explicar, ela disse que não desistiria de me ter de volta. Agora parece que ela desistiu...não sei... – ele deu de ombros e continuou em pé olhando para o amigo que estava sentado.
• Mas você não queria isso? – ele sorriu
• Não sei se eu queria de verdade. Eu ainda amo a Julz. E eu achei que ela insistiria.
• E então você seria vencido pelo cansaço?
• Provavelmente.
• Nick, você é burro ou o quê? Eu sei que você está magoado com ela, que ela cometeu um monte de erros estúpidos com você, mas ela também te ama, cara. E ama muito. E agora ela está tentando voltar com você, mostrando que ela pode mudar se você quiser. E você não dá uma chance para ela? Um erro não justifica o outro, Nick. Se você não quisesse mais nada com a Juliet, se você não a amasse mais, eu ia te entender. Mas você a ama. Não tem por que você ficar se fazendo de difícil. Você odeia ficar longe dela, separado. Por que você insiste nisso? Você percebeu a estupidez que você faz? Ela já pagou pelo erro dela. Agora eu acho que você podia relaxar. – Nick ficou pensando por algum tempo. O amigo tinha razão. Eles já tinham sofrido demais com aquela história, não tinha mais motivo para Nick continuar afastado de Juliet. Ele a queria de novo. Caso contrário, não estaria tão preocupado com o fato dela não ter mais o procurado. Ele ainda a amava e a mágoa poderia ser superada com o tempo.
• Mas e se ela não quiser mais? – ele se sentou – A Julz não me procurou até agora. Eu não acho que ela vá me procurar de novo.
• Aí você vai atrás dela, Nizzle. Você já começou com essa relação uma vez. Pode fazer isso de novo. – ele sorriu para Nick.
• Amanhã eu procuro a Juliet e falo pra ela tudo o que eu sinto. – Nick sorriu.
• Cara, você vai fazer a coisa certa. Vocês dois nasceram pra ficarem juntos. Igual eu e a Tiffany. – AJ sorriu bobo pensando na namorada.
• Falando em Tiffany...quando você vai fazer o pedido? Já está na hora, não? Quase quatro anos juntos e até agora nada.
• É, eu sei. Já está na hora mesmo. – ele olhou para o dedo anelar e mexeu pensando em como ficaria uma aliança ali. – Bom mas isso eu posso fazer a qualquer momento. – ele riu. – Eu vou indo. Amanhã a gente se fala?
• Sim. amanhã bem cedo eu passo na Juliet para acertar as coisas aí eu te ligo e conto como foi. Se ela me aceitou de volta ou dessa vez ela que me deu um pé na bunda.
• Eu tenho certeza que ela vai te aceitar de volta. Aquela mulher é louca por você, assim como você é por ela!
• Ta muito na cara que eu amo a Juliet?
• Não, só ta escrito bem grande na sua testa! “Juliet, eu te amo” – ele mexeu as mãos imaginando um cartaz.
• Pois é! – Nick passou a mão da testa – E não sai, né?
• Não!
• Nem adianta tentar! – ele deu de ombros.
• Cara, eu tou indo. Até mais! – ele deu tchau para o amigo e foi embora.

Juliet saiu do trabalho apressada, pegou o carro e dirigiu até a casa de Tiffany. Mal conseguia esperar para ir até Nick. Queria vê-lo. Precisava vê-lo. Tocou a campainha insistentemente até ver a amiga abrir a porta.
• Eu pareço uma menina, Tiffany. É como se eu tivesse 15 anos. Eu estou muito ansiosa! – ela mexia as mãos, nervosa. – Eu sinto que as coisas vão dar certo pra mim hoje. Não sei por quê.
• Calma Juliet. Se você está sentindo que tudo vai dar certo não tem por quê ficar nervosa. – ela sorriu – Toma...- ela estendeu uma sacola pra a amiga – essas são as coisas que o seu loiro esqueceu aqui! Tem algumas camisetas, uma corrente e uns pares de meia. Eu juro que eu não sei o que ele fez pra esquecer tudo isso em uma noite. – ela riu
• Tudo bem. Ele é assim mesmo. Quando a gente viajava, ele sempre perdia alguma coisa. – ela pegou a sacola da mão da amiga – Eu vou hoje entregar pra ele. – ela sorriu – Eu não vou conseguir esperar até amanhã.
• Mas ele chega umas onze horas, só.
• Eu sei...mas não tem problema. Eu apareço lá de qualquer jeito. Amanhã eu não tenho que acordar cedo, mesmo.
• Vai com calma, heim! – ela riu vendo a amiga entrar no carro
• Pode deixar que eu vou com calma! – ela sorriu antes de partir com o carro. Tiffany entrou em casa e se sentou ao lado de Alex.
• Quem era, meu amor? – ele deu m beijo na testa da namorada
• A Juliet! Ela vai tentar acertar as coisas com o Nick! – ela sorriu – Tomara que ela consiga.
• Ela vai conseguir! Ele ia procurar ela amanhã. – ele sorriu
• Ele quer voltar?
• Ele está morrendo de vontade de voltar! – AJ riu
• Ai que bom! – ela sorriu
• Ei! – ele começou a mexer no bolso. – Eu tenho um presente pra você!
• O que é?! – ela se ajeitou sobre as pernas e ficou esperando ansiosa. Adorava presentes. AJ se levantou e se ajoelhou na frente dela.
• Casa comigo? – ele estendeu uma caixinha com uma aliança e ela ficou sem reação. Apenas sorriu. Ele pegou a mão dela e colocou o anel.
• Lógico que sim! – ela ficou vendo ele colocar o anel no seu dedo. E logo depois se pendurou no pescoço dele. AJ levou a namorada para cima.

Juliet estava nervosa. Estacionou o carro na frente da casa de Nick. Pegou a sacola com as coisas dele no porta-malas, respirou fundo, andou até a porta e tocou a campainha. Ficou esperando ele aparecer na porta, ansiosa. Apesar de ter certeza de que tudo acabaria bem, ela ainda estava um pouco insegura. Quando Nick abriu a porta, não conseguiu conter o sorriso.

Nick estava sentado perto da lareira, bebendo vinho e pensando no que dizer para Juliet quando ele a encontrasse. Não sabia como falar para ela que queria voltar, mas se ela não mudasse ele partiria de novo. Perdeu-se nos pensamentos ao ouviu a campainha tocar. Olhou no relógio. Dez para meia noite. Não tinha a mínima idéia de quem poderia ser. Quando abriu a porta e viu Juliet nervosa e sorrindo, não conseguiu não sorrir.

• Ei Nick! – ela sorriu
• Juliet! – ele sorriu – Entra! – ele deu passagem para ela.
• Tudo bom?
• Tudo e você?
• Tudo também! – ela se virou para ele – Eu vim te trazer umas coisas que você esqueceu na Tiffy.
• Senta aí! – ele apontou o sofá e ela se sentou. – O que tem aí?
• Umas camisetas, a corrente que eu te dei e mais algumas coisas. – ela suspirou entregando-lhe a sacola. – Nick eu quis trazer isso pra eu poder te ver mais uma vez. E não estava agüentando mais ficar sem olhar para você, sem sentir o seu perfume... – ela sorriu – Eu acho que ainda não me acostumei não ter você perto de mim. – ela deu de ombros. – Não que eu queria. Não quero me acostumar com isso. Por isso eu vim aqui. Eu queria que você voltasse. Que tudo fosse como antes...quer dizer...melhor que antes. Eu te amo. Volta. – ela olhou fundo nos olhos dele. Ele ainda estava em pé e se sentou ao lado dela, de frente para a lareira.
• Lembra de como nós costumávamos ficar aqui quando estava frio? Você tomava uma taça de vinho e começava a falar um monte de besteiras. Começava a rir. Você sempre foi péssima com bebidas. – Nick sorriu lembrando e Juliet não entendeu o que ele queria.
• Eu lembro. Mas você não fica atrás. Enquanto eu tomava uma taça, você tomava cinco. E ficava igual a mim. – ela riu divertida. – E depois era o caos pra subir as escadas. Nenhum dos dois conseguia.
• Por isso que a gente sempre dormia aqui em baixo. – ele riu. – E você tinha frio e ficava grudada em mim. Eu quase não me mexia à noite.
• Eu sempre tive frio. – ela ficou olhando a lareira.
• Julz, eu quero muito voltar! – ele olhou para ela. Juliet se assustou e olhou para ele. os olhos azuis dele, penetraram nos dela. ela ficou sem ter o que dizer. Não podia acreditar que ele estava voltando para ela.
• Você vai voltar? – ela juntou o pouco de voz que ainda saía dela.
• Vou! – ele sorriu. Ela colocou os braços em volta do pescoço dele e o beijou com uma explosão de sentimentos. Não conseguia descrever o que estava sentindo. Nick finalmente tinha voltado.
• Eu senti saudades! – ela o abraçou
• Eu também senti, Julz. Mas as coisas vão ter que mudar. Você vai ter que cumprir tudo o que você prometeu. Vai pegar mais leve com o trabalho e vai me dar mais atenção, porque eu não vou agüentar tudo de novo. – ele olhou sério para ela.
• Eu vou, Nick. Eu fui uma estúpida. Eu sei que eu errei, e agora que eu vou ter uma segunda chance eu quero que tudo saia perfeito pra gente. – ela deu outro beijo nele.
• Tudo vai ser perfeito, Julz! – ele a abraçou. – Nós vamos ter os nossos filhos, o nosso cachorro...
• O pacote fechado!
• Pacote fechado! – ele sorriu
• Eu te amo, Nick! Te amo muito! Você me fez a mulher mais feliz do Mundo!
• Eu também te amo, Juliet! – ele deu um beijo nela, pegou outra taça e serviu mais vinho para os dois. À noite eles fizeram tudo como costumavam fazer e prometeram, mais uma vez, que tudo ficaria bem entre os dois.

Dez anos mais tarde os planos deles estavam todos realizados. Nick e Juliet tinham dois filhos, o cachorro e a casa da praia agora, era para a família passar os fins de semana